Principal reserva de água potável do planeta

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Os riscos impresíveis em novo tipo de contaminação

Como visto, o reúso tem sido empregado também para finalidades potáveis, isto é, abastecimento humano, a partir de efluentes domésticos, graças ao desenvolvimento de tecnologias que tornam o processo economicamente viável, criando a necessidade de análises químicas mais minuciosas e precisas.       

Por outro lado, o avanço científico tem possibilitado um maior rigor e exatidão nos métodos de análise, capazes de detectar substâncias solubilizadas na água em concentrações que alcançam uma parte por trilhão.

Assim, estudos realizados nos Estados Unidos, Europa e Canadá revelaram, a partir de uma década atrás, a presença de inúmeras substâncias que configuram um novo tipo de contaminação, os PPCP - pharmaceuticals and personal care products – ou seja, produtos farmacêuticos e de higiene pessoal, incluindo aí antibióticos, esteróides, antidepressivos, analgésicos, narcóticos, tranqüilizantes, além de anticoncepcionais, antissépticos, repelentes de insetos, suplementos alimentares, nicotina, cafeína e outros metabolitos, que são quaisquer compostos intermediários das reações enzimáticas do metabolismo humano e que podem ser mais bioativos que as drogas originais.

Calcula-se que a quantidade dos PPCP’s possa alcançar, a nível mundial, milhares de toneladas anualmente, igualando-se aos fertilizantes e outros químicos usados na agricultura.

O Projeto Poseidon foi criado pela Comunidade Européia com o objetivo precípuo de avaliar a ação dos PPCP’s e desenvolver as tecnologias para detecção e remoção destes produtos. No Simpósio Poseidon de 2003 foi relatada a presença da droga antiepiléptica carbamazepina em águas subterrâneas (Alder, A. et alli, 2003). Também numa pequena cidade, na árida região do sudeste da Áustria, abastecida por água subterrânea explotada de aqüíferos recarregados artificialmente por efluente tratado, foi verificada a presença de carbamazepina e do ansiolítico diazepam. Drogas mais ácidas como os analgésicos diclofenaco e ibuprofeno foram removidas durante o fluxo subterrâneo, mesmo em concentrações da ordem de algumas microgramas por litro (Kreuzinger, N. e Clara, M., 2003).           

Hoje em dia, os laboratórios, na sua maioria, não estão equipados para identificar estas substâncias e nem as estações de tratamento de água para eliminá-las.

A grande incógnita desta contaminação é o efeito que possa causar em longo prazo na saúde humana: especula-se até se a quantidade de antibióticos nas águas poderia estar contribuindo para o surgimento de bactérias mais resistentes.

Como este tipo de contaminação foi reconhecido há relativamente pouco tempo, a magnitude dos problemas decorrentes de uma exposição prolongada ainda não foi avaliada, mas é motivo de crescente preocupação.


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RT: Marcilio Tavares Nicolau - CREA MG 9877/D

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